29/12/2020

2020 não acaba em 31 de dezembro

*Por Tiago Luiz Schmidt, Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira RS

*Quais eram os seus planos no dia 31 de dezembro de 2019?

Essa pergunta me conduziu a uma retrospectiva diferente sobre esse ano que quase se finda, pois, ao pensar na resposta, tudo caminhou de uma maneira muito distinta. O espírito na virada de 2019 para 2020 era movido por grandes expectativas. Colocamos os pés no ano novo acreditando em uma sociedade melhor, sem problemas na área da saúde e com uma economia com todos os requisitos para deslanchar. “2020 vai ser maravilhoso!”, era difícil imaginar o contrário. Logo no terceiro mês do ano, fomos todos pegos de surpresa por uma pandemia e ela nos exigiu versatilidade e resiliência. A lista com os projetos pessoais e profissionais foi abruptamente modificada. Mas como tomar decisões durante um processo em que você está lutando contra o desconhecido e que a única certeza é que ninguém tem certeza de nada? Foi exatamente com esse cenário que tivemos que agir rápido para manter o fundamental, descartar o desnecessário, fugir do negativismo e acreditar com convicção nas possibilidades.

Porém, de uma coisa nós nunca tivemos dúvidas: não existe uma cooperativa rica em uma sociedade pobre. Foi a partir dessa certeza que a nossa primeira preocupação foi de contatar todos os associados e de estabelecer uma comunicação simples, com uma mensagem de crença ativa. Como? Mais do que dizer “vai passar, vamos todos embarcar no novo normal”, tentamos mostrar caminhos para que os associados fizessem essa transição em seus negócios. Para isso, todos os 640 colaboradores da Sicredi Pioneira RS assumiram um papel de protagonismo. A postura de cada um na linha de frente foi, desde o início, e se mantém como a postura que qualquer diretor teria para realizar o melhor atendimento. Todos compraram a ideia de ter mais empatia, uns pelos outros e para com os associados, ninguém se deixou abater pelo negativismo do mercado. O grupo entendeu que esse seria o nosso diferencial. Sempre trabalhamos dessa forma, mas nos esforçamos para fortalecer os vínculos em 2020, mesmo sabendo que essa postura de preocupação detalhista, em aspecto técnico, mas principalmente no humano, nos exigiria muito mais em questão de trabalho. Criamos linhas específicas para cada segmento da economia, pois sabíamos que alguns tinham mais dificuldades que outros e que as demandas de consumo dos associados são diferentes. Buscamos “entender” para depois “atender”. Deu certo.

Por entender que quanto antes a roda da economia voltasse a girar, menos dificuldades os associados teriam, a cooperativa intensificou um movimento para estimular o consumo local. O ano seguiu, a pandemia não foi embora e nós tivemos que segurar firme as rédeas para fazer tudo caminhar da maneira menos difícil possível. Passamos a explorar recursos que já faziam parte do nosso dia a dia, mas que ainda encontravam uma certa resistência por parte de alguns. Como, por exemplo, a realização das assembleias virtuais, assunto polêmico considerando que as pessoas tinham medo da efetividade desse formato, achando que o único modelo possível era o presencial. 2020 nos exigiu o uso do digital e ele nos provou que uma assembleia nesse modelo pode acontecer sem nenhum transtorno e com grande assertividade. A pandemia acabou com o “nunca”.

Apesar de todos os obstáculos, fizemos grandes entregas e compartilhamos bons resultados. Inauguramos e reinauguramos agências em diferentes locais, não desistimos dos nossos sonhos. Nessa retrospectiva, lembro com orgulho também da criação do Fundo Social, que surgiu em 2015 para atender a demandas na área da educação, cultura e esporte inclusivo, que, de modo geral, impactam na busca por atender às necessidades da sociedade. Neste ano, a partir de diálogos com os nossos associados, o Fundo Social ganhou um caminho diferente. Consultamos entidades e a maioria optou por destinar 100% do Fundo Social 2020 para a área da saúde. Esse processo construído por todas as partes envolvidas, foi um grande marco.

Destaquei essas iniciativas, mas o nosso 2020 foi um jogo para ser decidido e comemorado todos os dias. Acredito que, não só na Pioneira, mas na sociedade como um todo, encerramos oficialmente o século XX, aceitando todas as tecnologias que o século XXI nos traz, e nesse ponto, estamos colocando de fato os pés no futuro. Entretanto, em termos de essência, uma parte do século XX ressurgiu e eu espero que ela continue viva: redescobrimos nossos valores, princípios, os cantos da nossa casa, o significado valioso que tem o convívio com a família. Rasgamos o que era desnecessário e ficamos com o que precisava ser resgatado. Minha retrospectiva acredita que uma grande parte da sociedade agora amplia sua consciência em relação ao próprio papel como indivíduo. O ano de 2020 deixa um legado que ultrapassa essa data. Definitivamente, 2020 não acaba em 31 de dezembro.

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