28/09/2023

O Caminho de Hans, veja como foi a jornada de divulgação do curta

Primeiro curta-metragem de ficção sobre o cooperativismo no país contou com o apoio da Sicredi Pioneira na produção e divulgação no Brasil, Alemanha e Suíça

A magia do cinema está na capacidade de conectar pessoas de diferentes histórias e trajetórias por meio de uma única mensagem. Quando essa narrativa reflete o passado, o presente e os anseios do futuro de uma comunidade, algo mágico e profundamente transformador acontece. Esse é o sentimento da Sicredi Pioneira e também de Betinho Klein, produtor da Curto Arte Produtora e intérprete do Padre Theodor Amstad no curta “O Caminho de Hans”, ao compartilhar a jornada de divulgação no Rio Grande do Sul, Alemanha e Suíça da obra que retrata a história de perseverança e propósito dos pioneiros do cooperativismo no Brasil.

Confira a seguir um pouco mais sobre essa jornada e veja como a história do menino Hans emocionou as nossas comunidades e se conectou com o ideal cooperativista do outro lado do mundo.

Veja também: Confira na íntegra o curta “O Caminho de Hans”

Com produção da Accord Filmes e Convergência Produtora e gravada nas comunidades de Nova Petrópolis e Picada Café, o curta “O Caminho de Hans” conta a trajetória de Hans, um menino do interior do Rio Grande do Sul que encontrou no cooperativismo uma oportunidade para transformar a vida de dificuldades da sua família. Entre os personagens está o Padre Theodor Amstad, patrono do cooperativismo no Brasil e fundador da Sicredi Pioneira.

A obra é o primeiro curta-metragem de ficção sobre o cooperativismo no país e contou com o apoio da Sicredi Pioneira na produção e divulgação, percorrendo desde a sua estreia mais de 10 cidades da área de atuação da cooperativa na região e cidades da Alemanha e Suíça cuja história se conecta profundamente com a trajetória e o legado da cooperativa e de nossas comunidades, levando uma mensagem de perseverança e propósito a mais de 5 mil pessoas, além das mais de 3,5 mil que conferiram o curta no Youtube até o momento.

Resgate da história de nossas comunidades

Desde a sua estreia oficial durante o 50º Festival Internacional de Cinema de Gramado, em 2022, o curta “O Caminho de Hans” já passou por diversas salas e espaços culturais da região, como o Multipalco em Canela, o Cine União em Novo Hamburgo, o Festival 120 em Nova Petrópolis; e contou com exibições nas cidades de Morro Reuter, Picada Café, Dois Irmãos, Santa Maria do Herval, Linha Nova, Feliz, Caxias do Sul e Ivoti. Além de retratar aspectos culturais da formação de muitas dessas comunidades por imigrantes alemães, as exibições, muitas delas realizadas a céu aberto, resgataram outro hábito muito importante para a cultura local: o cinema de calçada.

O Caminho de Hans, veja como foi a jornada de divulgação do curta

Créditos: Acervo / Talenttare

O cinema de calçada é um hábito antigo, anterior à chegada das grandes redes de cinemas, que ainda se mantém vivo em muitas cidades do estado e está intimamente ligado a uma experiência de cooperação e conexão com os espaços públicos, vizinhos e famílias, um tipo de expressão cultural da qual nossas comunidades estavam carentes, como explica Betinho Klein:

“Quando eu vejo um curta como ‘O Caminho de Hans’, eu percebo que a comunidade merece ter novamente essa oportunidade de estar vendo um curta de tanta qualidade, performance de inteligência e costura. Tínhamos que levar ele para as comunidades e para as cidades, porque ali é a essência do cinema, a essência de oportunidade. […] Podermos reunir aquelas pessoas vindo a pé, de bicicleta, de carro, algumas vieram com toda a família para assistir na praça ou num salão. Essa essência não poderia passar em branco. ‘O Caminho de Hans’ teria que estar na comunidade através do cinema de calçada.”

O Caminho de Hans, veja como foi a jornada de divulgação do curta

Créditos: Acervo / Talenttare

Além de resgatar a tradição do cinema de calçada, as exibições públicas do “O Caminho de Hans” também possibilitaram um momento de reflexão sobre a história e os ideais de cooperação que construíram e consolidaram cada uma dessas comunidades:

“Ao final das exibições nós fazíamos um bate-papo superbacana sobre todo o processo de montagem, sobre a história dos 120 anos [de fundação da Sicredi Pioneira] e sobre a história de como eles viviam e porque eles se enxergavam ali. [No curta] a gente mostrava aquilo que realmente eles viveram e aquilo que passou há 100 anos e que nossa comunidade viveu. E, claro, essa transformação que hoje está muito presente, tanto no curta-metragem como no dia a dia, porque a gente ainda tem a essência de falar em dialeto. Então, conversar com a comunidade e estarmos próximos a aquilo que a gente necessita foi muito bom, que é levar o cinema para que eles possam ter a oportunidade.”

Oportunidade que rendeu momentos emocionantes de identificação com a história retratada em tela, além de uma profunda gratidão por poder desfrutar de um momento em comunidade e de uma obra como “O Caminho de Hans”:

“Quando gente fala que vai levar o cinema até a comunidade, a primeira coisa que as pessoas pensam é: ‘como vai ser isso? Vai ser uma tela grande? Vai ser uma tela pequena, vai ser numa TV? […] Em Santa Maria de Herval, por exemplo, quando a gente montou o telão, um senhor se aproximou no final e comentou que ele nunca tinha assistido um filme numa TV tão grande e ficou muito feliz de poder estar dividindo essa experiência com todos.”

“Além das perguntas [da comunidade] sobre o Padre Amstad, principalmente sobre a questão de ele ter viajado por tanto tempo e se isso é real. Perguntas como: ‘Betinho, mas realmente o padre ia de localidade em localidade para conversar com as pessoas em cima de uma mula? Por que ele não pegou um cavalo?’. […] Essas coisas foram muito mágicas. Ver o otimismo dessas famílias quando elas assistiam o curta, o otimismo ao final por mostrar que tudo deu certo e que hoje tudo ainda está aí, 120 anos depois, eu acho que isso sempre foi o mais curioso de toda essa experiência. Essa era a melhor pergunta que eles faziam: ‘Assim começou tudo isso?’. Sim, assim que começou tudo isso e muitas vezes as pessoas não sabiam dessa história.”

Conexão com as origens do cooperativismo

As histórias retratadas no curta “O Caminho de Hans” e que se confundem com a própria origem da Sicredi Pioneira, criada a partir da inspiração, experiências e dos valores de cooperação trazidos pelos imigrantes germânicos à nossa região, se conectam profundamente com outro momento de celebração da identidade de nossas comunidades: o bicentenário da imigração alemã, comemorado em 2024. Por isso, nada mais propício que levar um retrato da história desses imigrantes de volta aos seus países e regiões de origem: a Alemanha e a Suíça.

Ao longo de 2023, a Sicredi Pioneira apoiou 10 exibições do curta “O Caminho de Hans” em cidades de diferentes regiões de ambos os países, como Bavária, Hunsrück, Pfalz e Saarland na Alemanha, além da região de Beckenried na Suíça. O que essas regiões têm em comum? Elas abrigam as cidades natais de grande parte dos imigrantes que colonizaram as comunidades nas quais a Sicredi Pioneira está inserida e que estão retratadas no curta. Ao todo, mais de 800 pessoas puderam conferir as exibições do “O Caminho de Hans” na Europa, além dos milhares de leitores impactados pelas reportagens sobre a iniciativa nos jornais locais.

O Caminho de Hans, veja como foi a jornada de divulgação do curta

Créditos: Acervo / Betinho Klein

Conforme explica Klein, o curta-metragem simboliza um elo importante entre a comunidade germânica local e as cidades de origem dos imigrantes na Alemanha e na Suíça. Intercâmbio cultural que vem sendo fortalecido nos últimos 20 anos:

“Não tem como não levar o curta-metragem para a Alemanha, na região do Saarland, do Hunsrück, do Pfalz, a Munique, levar a Beckenried na Suíça, onde nasceu o padre Amstad. Não tem como não levar. Por quê? [A obra] faz parte de todo um contexto histórico muito próximo dos 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul e se trata de um curta de qualidade que conseguimos legendar em Hochdeutsch, a variante oficial da língua alemã. Quando as pessoas terminam de assistir o curta, dizem que nós podíamos fazer um bate-papo durante muitas horas sobre como esse curta-metragem tem uma importância tão grande para nós e tem um elo tão grande com os alemães na região do Hunsrück, principalmente. Então, ele é um processo obrigatório, porque não poderia a Alemanha deixar de assistir ‘O caminho de Hans’ e porque ele tem tudo a ver com os 200 anos da imigração alemã.”

Assim como nas suas exibições no Brasil, o curta-metragem também levantou questões sobre a trajetória do cooperativismo na região e como foi possível o seu desenvolvimento em meio às adversidades e diferenças culturais entre os dois países:

“A recepção foi simplesmente fantástica. Nós íamos às 9h da manhã para a cidade e voltávamos para casa às 11h da noite, indo em jornais, indo em escolas, conversando com as pessoas, falando do ‘O Caminho de Hans’, falando do nosso documentário. No final nós mostrávamos o curta e fazíamos um intervalo. E nesse intervalo nós levávamos quase meia hora respondendo às perguntas das pessoas sobre como o padre conseguiu unir a igreja católica e a igreja luterana, como ele conseguiu trazer a família para dentro da cooperativa, como ele valorizou a questão da mulher e a questão das crianças. Aí eles me perguntavam: ‘é por isso que a cooperativa deu certo?’ Sim, foi. E ele nos trazia justamente isso, que tinha que todo mundo trabalhar junto e que todo mundo junto, indiferentemente de que sejam católicos, luteranos ou evangélicos, o cooperativismo daria certo. E deu certo.”

O Caminho de Hans, veja como foi a jornada de divulgação do curta

Créditos: Acervo / Betinho Klein

Além, é claro, de belas histórias de identificação com a trajetória retratada na obra e conexão entre ambas as culturas e comunidades germânicas:

“A questão de a comunidade assistir o curta-metragem traz muitos momentos legais, como o livro assinado pela família do padre Theodor Amstad ou um senhor que trouxe, ao final da exibição, fotos da Sicredi Pioneira aqui de Nova Petrópolis para compartilhar com a comunidade e dizer ‘Eu já estive lá. Isso é verdade. Isso é muito bonito’. Eles têm orgulho de dizer o quanto nós valorizamos e preservamos a nossa história aqui. A Alemanha, Suíça e a Áustria são museus a céu aberto. Eles têm as construções, têm os patrimônios [preservados] de uma maneira maravilhosa, mas o que nós temos aqui no Brasil e o que nós fizemos, através do cooperativismo, da dança folclórica, de manter vivo o dialeto, da gastronomia e da importância de falarmos sobre isso, é aplaudido de pé. O lado humano das coisas é muito forte na Alemanha. Eles nos admiram por mantermos o lado humano tão vivo depois de 200 anos.”

Valorização do lado humano da história do cooperativismo no Brasil que foi um dos grandes momentos da turnê do “O Caminho de Hans na Europa”. Momento que contou com a presença da família do Padre Theodor Amstad nas exibições do curta em Beckenried, na Suíça:

“Teve uma das parentes do Amstad que chorou quando ela me deu o livro escrito em alemão e disse: ‘Tudo que vocês estão fazendo e trazendo para a gente dessa história maravilhosa do Theodor, é simplesmente único, porque nós não vivemos isso por muitos anos. […] Nosso grande compromisso é ir ao Brasil no ano que vem conhecer o Memorial Amstad’. Eles ficaram tão felizes porque eles até a pouco tempo não sabiam o quanto nós valorizávamos e o quanto nós dávamos importância a essa história.”

Conheça e se emocione você também a história do menino Hans e do Padre Amstad, o curta-metragem está disponível gratuitamente no Canal do Youtube da Sicredi Pioneira. Confira.

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