16/07/2021

A retomada econômica já chegou, mas precisamos nos preparar!

*Indicadores mostram aumento da confiança de empreendedores e investidores no mercado. Veja como as empresas podem reestruturar seu planejamento nesse momento

*Artigo* escrito por Alcir Cardoso Meyer, analista de Articulação de Projetos de Inovação e Indústria do Sebrae RS

Estamos vivendo um momento econômico de aceleração, seja pelo avanço da vacinação ao redor do mundo, pela escassez de commodities, pelo aumento em alguns itens, como os veículos, ou pela inflação experimentada por vários países. Não há dúvidas!

Na minha opinião, um grande indicador dessa retomada são os recordes frequentes nos volumes de negócios das bolsas de valores mundo afora, e não diferente aqui, onde atingimos a máxima histórica de 130 mil pontos, com projeções animadoras de 160 mil. Isso só demonstra a confiança de empreendedores e investidores em resultados positivos das empresas nos próximos meses.

Algo que ainda está atrasado nessa retomada é o número de postos de trabalho gerados. E aqui vem primeiro o olhar que o empresário tem em relação aos custos do seu negócio. Devido às regras de contratação e demissão de funcionários, é normal que se estenda ao máximo um quadro reduzido de colaboradores e o consequente aumento da eficiência. Para o empreendedor, sempre existe a preocupação com os custos da demissão e, por vezes, é mais vantajoso o pagamento de algumas horas extras.

Outro fator que demonstra que estamos com a economia aquecida é a alta da inflação. De um lado, isso é bom, porque mostra esse aquecimento; de outro, exige a ação do Copom n a alta da taxa Selic, com aumentos desde março de 2021 e com uma projeção ainda de alta para o ciclo de curto prazo. Entretanto, o dólar acumulou queda de 1,14% na terceira semana de maio, fazendo do real a única divisa entre as 33 mais negociadas do mundo a apresentar valorização real no período. Isso é visto por muitos analistas como uma resposta favorável dos investidores frente à proteção que uma Selic mais alta tem, aliada ao tom mais forte do Copom em seu último relatório.

Para os empresários que tomaram crédito durante o auge da pandemia, isso significará um aumento do valor das parcelas nesses compromissos. É indiscutível a necessidade de os gestores ficarem atentos à liquidez de suas contas e ao fluxo de caixa das suas empresas.

Ainda, há o fator tecnologia e como ela tem efeito sobre a inflação. Por definição, a tecnologia é deflacionária. Como diria Andrew Garthwaite, Head of Global Equity Strategy do Credit Suisse, “todo bullmarket termina quando os trabalhadores ganham poder de barganha”. Na prática, isso significa que, com o avanço das plataformas digitais de trabalho, com a menor organização (sindicalização) dos trabalhadores, espaço a ser tomado no âmbito do desemprego e muita gente ainda para voltar ao mercado de trabalho, temos elementos que pressionam a inflação para baixo.

Dito isso, com a inflação sob controle e não assustando mais (nem aqui e nem nos EUA), a preocupação do mercado como um todo agora é com o crescimento. O rally do commodities está muito relacionado à alta demanda de mercado, desse boom globalizado, pois as fábricas estão precisando atender a uma demanda emergente e, ao mesmo tempo, repor seus estoques de regulação.

Ainda assim, é necessário dizer que alguns produtos, como o cobre e o lítio, terão uma demanda acima da média histórica, dada a adoção em massa de tecnologias como energias renováveis e carros elétricos, ou seja, um reposicionamento do mercado. Passando essa fase de reposição, principalmente com os itens diretamente afetados pelos novos comportamentos durante a pandemia, a demanda esfriará, enfraquecendo a pressão dos preços.

Apesar de todos esses pontos apresentados até aqui indicarem que estamos a pleno vapor, temos uma ampla gama de empreendedores sentados sob uma bolha chamada pandemia, esperando o normal voltar. Isso é mais que preocupante. Uma grande onda de growth, ou crescimento, está vindo e temos plena condição de surfá-la. Agora é, sem dúvidas, o momento de buscar mercado, ampliar relações comerciais e estar atendo ao que o mercado pede. A aparente apatia econômica do último ano fez muito mais do represar mercado. Ela criou um mercado versão 4.0, mais dinâmico, online, sedento por inovação e eficiência.

Para a economia, a página já foi virada. O momento é de trabalhar oportunidades, desenvolvimento e crescimento. Trabalhar novos posicionamentos para os negócios, priorizar relacionamentos, sem deixar de cuidar de uma demanda cada vez mais pertinente, o ESG. Ele é a nova ISO, mas isso é tema para outro papo. Bons negócios!

*As opiniões apresentadas refletem as opiniões do autor do artigo.

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